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Imprensa

Varejo inicia o ano com alta de 9,9%, mas pode desacelerar a partir do segundo trimestre, com inflação e juros elevados

Pesquisa da FecomercioSP indica que setor ainda é estimulado pelo mercado de trabalho aquecido

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As vendas do comércio varejista paulista cresceram 9,9% em janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). No mês, o faturamento real atingiu R$116,7 bilhões — R$10,5 bilhões acima do apurado em 2024, a maior cifra para um mês de janeiro desde 2008. 

Contudo, é importante ressaltar que o montante diz respeito às receitas, e não à lucratividade. O recorde no faturamento está ligado, de alguma forma, ao índice de inflação, que elevou os preços de vários produtos, impactando a mensuração do volume movimentado em vendas. Em outras palavras, vender mais não significa lucrar mais. A Federação também destaca que o bom desempenho do Comércio no início do ano é mais reflexo do mercado de trabalho aquecido, que aumenta o contingente de pessoas com capacidade de consumir. Em uma conjuntura macroeconômica marcada por inflação acima do teto da meta e juros elevados, a expectativa da Entidade é de desaceleração a partir do segundo trimestre. 

Os juros altos, com a Selic em 14,25% e previsão de atingir 15% ao ano (a.a.) em maio, devem dificultar o acesso ao crédito, afetando principalmente a compra de automóveis, móveis e eletrodomésticos. 

Desempenho dos segmentos

Oito das nove atividades avaliadas apontaram aumento no faturamento: lojas de vestuário, tecidos e calçados (13,4%); autopeças e acessórios (13,3%); farmácias e perfumarias (12,1%); outras atividades (11%); concessionárias de veículos (10,5%); supermercados (9,7%); lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (8,1%); e materiais de construção (5,1%). Esses números contribuíram para o resultado geral com 10 pontos porcentuais (p.p.).

[TABELA 1] 

Faturamento Comércio Varejista – Estado de São Paulo
Fonte: SEFAZ-SP/ FecomercioSP
Tabela O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

(*) a preços de janeiro/2025

No sentido inverso, as lojas de móveis e decoração registraram queda de 3,3%, resultando em uma pressão negativa de 0,1 p.p.

Por apresentar o maior faturamento, o setor de supermercados foi um dos destaques de janeiro, exercendo a maior contribuição positiva para o resultado geral. O consumo de bens essenciais, que segue forte, foi confirmado pelas vendas das farmácias e perfumarias. Concessionárias de veículos, por sua vez, foram incentivadas pelo crédito alongado e pela reposição de frota, mas podem desacelerar com juros altos.

Lojas de eletrodomésticos e eletrônicos mantiveram crescimento relevante, com maior força na capital. O setor ainda se beneficia da onda de renovação de bens duráveis iniciada em 2024, mas permanece sensível ao crédito elevado. O segmento de vestuário, tecidos e calçados apresentou recuperação acentuada no interior. Em contrapartida, a queda nas lojas de móveis e decoração aponta para uma possível saturação do consumo de itens para o lar, embora, na capital, ainda se registre uma leve alta.

Capital paulista

Em São Paulo, as vendas no varejo cresceram 9,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. A cidade atingiu um faturamento de R$ 35 bilhões em janeiro, quase R$3 bilhões a mais do que no mesmo período de 2024.

Todas as atividades registraram alta: eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (16,6%); outras atividades (12,3%); autopeças e acessórios (10%); supermercados (9,5%); lojas de móveis e decoração (7,6%); farmácias e perfumarias (7,5%); concessionárias de veículos (7,4%); lojas de vestuário, tecidos e calçados (7,4%); e materiais de construção (4,6%).

[TABELA 2]

Faturamento Comércio Varejista – cidade de São Paulo
Fonte: SEFAZ-SP/ FecomercioSP

 (*) a preços de janeiro/2025

Nota metodológica

Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades). Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

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