Economia
22/02/2016Cenário econômico é propício para fusões e aquisições
Câmbio estimula apetite de investidores estrangeiros e empresas de comércio e serviços despontam entre as mais procuradas

Por Jamille Niero
Com o dólar valorizado e os custos crescentes para o empresário brasileiro, a expectativa do mercado para 2016 é de mais fusões e aquisições, especialmente entre as corporações de comércio e serviços.
“O ano promete por dois motivos: o primeiro é que muitas companhias vão precisar de acionistas e gestores para organizar seu negócio. Segundo, porque os investidores estrangeiros estão procurando oportunidades, e o dólar cotado a R$ 4 torna baratos os ativos brasileiros. Mesmo sabendo que o Brasil não vai melhorar agora, eles estão de olho porque visam o investimento a longo prazo”, considera o assessor econômico da FecomercioSP, Fabio Pina.
“Para os brasileiros, a venda (ou a associação) pode ser interessante porque a manutenção das suas empresas está ficando cada vez mais cara”, aponta o sócio da consultoria KPMG para fusões e aquisições, Luis Augusto Motta.
De acordo com Pina, o que também ajuda a tornar as companhias brasileiras atrativas aos olhos estrangeiros é a melhor definição, na comparação com 2015, dos horizontes político e econômico do País. Afinal, no ano passado, era forte a dúvida se a presidente Dilma Rousseff iria continuar seu mandato. Outra incógnita, que prossegue, refere-se às reformas estruturais que podem (ou não) ser aprovadas.
“Facilita as visões de empresário e investidor, que conseguem ter pelo menos uma concepção melhor de médio prazo”, diz o assessor econômico. Ele explica que para a realização de uma fusão ou uma aquisição, esse é o primeiro passo.
Entender o cenário econômico é fundamental para estimar o valor de uma empresa. Onde a companhia está instalada, quanto o consumo reduziu nesse local, se há filiais ou não e qual é o tamanho do público atingido são fatores importantes que devem ser levados em conta. Práticas de sustentabilidade e governança corporativa também são analisadas e, muitas vezes, até ativos abstratos (como a confiança dos consumidores na marca, por exemplo) são vistos como valiosos.
Ano recorde
O número de transações com participação de empresas brasileiras em fusões e aquisições (aqui ou no exterior) caiu de 2014 para 2015: passou de 818 para 773 (queda de 9%), segundo levantamento da KPMG. Para Motta, o tamanho da queda foi baixo, considerando a crise econômica pelo qual o Brasil passa. “Foi um ano recorde de investidores comprando aqui.”
Considerando o setor de comércio e serviços, a atividade “serviços para empresas” foi a segunda categoria que mais registrou fusões e aquisições, em um total de 76, no ranking de 43 atividades analisadas, que ainda inclui segmentos da indústria e agroindústria. Em 2014, essa atividade foi a quinta que mais realizou transações (foram 49).
O setor também reúne, entre atividades listadas, lojas de varejo (que aparecem em 15º, com 15 negócios em 2015), supermercados (28º posição com cinco operações) e revenda de automóveis (37º lugar com duas transações).
Sobrevivência
“As fusões e aquisições sempre buscam economia de escala, redução de custos e inovação. O acesso ao crédito, por exemplo, varia muito de acordo com esses pontos”, destaca Motta, da KPMG.
“São operações que visam a sobrevivência do négocio”, explica Pina, da FecomercioSP. A fusão é caracterizada normalmente quando duas empresas de porte similar “juntam” suas operações, passando a compartilhar decisões com sócios que têm quase o mesmo peso. Na aquisição, uma companhia maior compra uma de porte menor. Quem vendeu mantém participação, mas com peso menor nas decisões.
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